Pra não cair no esquecimento
Massacre de professores no dia 29/04/2015, em Curitiba, Paraná, Brasil
Cidade ecológica
Vinte e nove de abril
Sem voz, sem eco, nem lógica
Vai a óbito uma
educação febril
Com o massacre ao professor
Homem honesto e trabalhador
Correram suor, lágrimas e dor
E um lacre se abriu ao horror
Antes azul, verde
e amarela
Agora vermelho encarnado
Uma mancha, uma ferida, um elo
E mais um professor desvalorizado
Ordem e Progresso foi apagada
Brilho da estrela perdida
Mancha que fica estampada
Numa canção esquecida
Bombas e spray de pimenta
Contra giz, lápis e avental
O governo nada comenta
E o professor ruma ao hospital
Marcas pra sempre deixadas
Rixas ferozes feito bicho
Salas de aulas fadadas
A míseros pintos no lixo
A desunião fez a força
Numa quarta-feira de abril,
A educação foi à forca
Numa pátria nada gentil
Balas que adoçam as bocas
Balas que ferem as almas
Balas desembrulhadas e ocas
Em mãos que não batem mais palmas
Apagaram todo o respeito
Balas de borracha à sorte
A Educação se despede num leito
Num berço esplêndido de morte
Na rua, nua, um tributo
Canção em total desarmonia
A luta se transformou em luto
Em plena e absoluta covardia
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