sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Escuridão



Palavras presas, quando soltas, 
gritam sua liberdade de voar.

Olhos tristes, 
também não aprendeu a sorrir.

Preferiu se esconder atrás da saia 
e da sombra da mãe, que partiu.

Partiu pra fugir dos gritos, lamúrias, 
tudo imerso num passado sem fim.

O hoje é permeado por coisas guardadas, amareladas, 
que não permitem sonhar com um futuro mais claro, sem manchas.

Soluços são abafados, 
amores são reprimidos e 
a vida, esquecida,
não é vivida.

Os olhos se perdem em frenéticas e compulsivas leituras
que o levam pra longe, 
e não o trazem de volta.

Prefere ficar lá não-sei-onde, 
onde a fantasia faz as vezes da real-idade.

Faltam sonhos, 
faltam amigos, 
falta paz,
falta luz...

E há quem diga que é só acender a lâmpada...

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