1964. Nasceu.
Novembro de Primavera.
De flores e morangos.
Dia lindo. Dezessete.
Doze meses depois,
bolo em forma de coelho,
todo nevado em coco fresco e
com laço vermelho no pescoço.
Presente da amiga da mãe
que fazia bolo pra fora.
Única lembrança.
Único feito.
Os irmãos não tiveram
a mesma sorte.
Coisa de primeiro filho.
Menina. Olhos amendoados.
Chuquinha no cabelo.
Quadro na parede.
Não viu.
Não lembra.
Contavam.
Mas parece que foi ontem
e com todo o amor que só uma mãe
tem no primeiro aninho da filha.
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