O encontro aconteceu cedo e ainda deu tempo de saborear o por do sol do parapeito da janela.
Êxtase!
Conversa vai, risada vem, biscoitinhos de coco pra cá, cookies de chocolate pra lá, e no desenrolar dos “petits fours”, as horas se passaram e quando se deram conta, a lua cheia já enaltecia um céu todo estrelado.
Mais êxtase!
Os convidados, já estufados de tanta farinha, glúten e açúcar, se despediram.
A anfitriã, que de inglesa não tinha nada, adorou a ideia de mais um gole junto daquele homem charmoso, de cabelos grisalhos, quase que uma mistura de Antônio Bandeiras com George Clooney.
- Açúcar?
- Não, adoçante, por favor. Duas gotinhas e meia.
- Hummm... claro! A madame é quem manda.
A noite avançava, e feito uma criança, convidava a madrugada adentro num caloroso abraço.
As xícaras se amontoavam na beira da mesa da sala, e cada roçar vinha
acompanhado de um ruído de arrepio, que excitava.
Os pires, também juntinhos, apenas observavam, num voyeurismo que de cinza não tinha nada... o tom era bem outro. Vinho, cereja, vermelho paixão.
Da mesa para o sofá, corpos se contorciam e línguas ofegantes e avermelhadas se buscavam desenfreadamente.
De repente, uma queda, e uma das xícaras vai ao chão, perde sua asa e é impedida de voar.
Dá um último suspiro e mancha o tapete persa.
Um grito!
Lembranças são varridas pelo vento que lá fora convida as folhas das árvores para uma dança sensual.
- Mais chá?
- Por favor! Mais um de
frutas vermelhas, e dessa vez, sem açúcar.
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