sábado, 30 de março de 2013

Sonho de Criança





Qual a criança, pelo menos da minha geração, que nunca sonhou em ganhar uma bicicleta?

Talvez por ela ser sinônimo de liberdade (e até de poder).... talvez por ter a capacidade de te levar mais londe que o final da sua rua sem saída... o fato é que esse gostinho amargo eu senti enquanto criança e adolescente.

Quando menina, eu me dividia entre os empréstimos de uma Caloi azul das irmãs Carla e Miracy (hoje a primeira é médica obstetra e a outra, Engenheira Florestal) e a Monark vermelha (freio de pé, quanto tinha), da Adelina, ginasta olímpica quando adolescente e hoje mãe do Gustavo, formado em Educação Fìsica... como o tempo passa!!!

Certa vez lembro de ter sonhado, numa época natalina, que eu havia ganho uma bicicleta, que de forma tão nítida, me aguardava ao lado da minha cama... lembro até hoje da frustração que senti naquela manhã ao acordar, e nada encontrar...

O tempo passa, e pelo caminho vamos deixando nossos sonhos, nossos desejos, nossa poesia e até as nossas frustrações...

Anos mais tarde, já funcionária da extinta Refrigeração Paraná, ganhei uma bicicleta na Semana de Prevenção de Acidentes. Uma bike masculina que logo foi trocada na Cicles Jaime da João Negrão por uma Brisa cor-de-rosa com cestinha e tudo, mas tão pouco lembro se cheguei a curtir algumas pedaladas com ela. Tudo o que lembro foi que ela se transformou em objeto de uma rifa para pagar a segunda parcela do meu aparelho ortodôntico.. isso aconteceu entre 1990 e 1991 e a Dra. Cristina Aihara ainda lembra do fato...

Mais uma vez esse objeto de consumo se evapora da minha vida, mas desta vez, sem mágoas ou péssimas recordações, pois aquele desejo de menina tinha ficado enterrado, num passado distante.

Mais 15 anos se passaram e novamente fui contemplada com uma nova "magrela", agora já na Renault do Brasil, poucos meses antes de eu deixar a empresa... Foi parar no porão na casa da vó Jacyra  e ali permaneceu por anos, enferrujando e com os pneus muchos.

Diante da ameaça de doá-la para crianças carentes, o Marco resolveu comprá-la com a intenção de um dia colocá-la pra desfilar nas ruas do bairro, o que nunca aconteceu...

Conclusão: Mais uma vez me desfiz dela sem nenhum sentimento de apego... foi como se toda a expectativa de ter uma bicicleta com cheirinho de nova tivesse morrido quando acordei daquele sonho e não a encontrei ao lado da minha cama...

Poucos dias atrás soube que o felizardo a levá-la pra casa foi o NEGÃO!!!

Nenhum comentário:

Postar um comentário