Não eram só os olhos verdes que me chamavam a atenção
naquele rapaz exótico, de cabelos longos, geralmente presos num trivial rabo de
cavalo e um brinquinho na orelha direita. Todo ano ele dava um pulinho, ora em
Paris, ora em Nova Iorque , ora em Londres, simples assim, com uma freqüência
possivelmente maior da que me fazia pegar o busão e seguir para o litoral
paranaense.
Acho que foi aí que meu coração começou a pulsar mais forte
pela capital britânica e toda vez que ele discretamente anunciava aos mais
próximos o destino de suas férias, eu
queria ser um pé de meia furada pra seguir junto com ele no meio da
bagagem.
Diante dessa impossibilidade, eu sofria, e como sofria!!!
Sofria, mas não desistia e o vôo para a realização desse
sonho alto um dia chegou.
Comemoração digna de rainha, com direito a frio na barriga,
suor frio, coração disparado, nó na garganta, orgulho de dever cumprido e
prazer de sonho realizado.
Lá se foram 23 anos de nossas vidas e a paixão por essa ilha
de céu nublado e gente fechada ainda tem lugarzinho reservado no meu coração, cercado de saudade por todos os lados...
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