quinta-feira, 25 de maio de 2017

Riscos no céu





Hoje vim trabalhar de vestido. Um clássico. Corte reto, cinza, de lã, com forro e etiqueta estrangeira.

Chiquérrimo! Comprado há anos num brechó. Sorte que era grande e agora ainda serve.

Falando nisso, estava toda feliz que havia perdido quase 4 quilinhos, mas ontem a balança da farmácia me informou que voltei a encontrá-los... Também, depois de tantas gostosuras que chegaram às minhas mãos em forma de chocolate de Páscoa, não tinha mesmo como lembrar desse fato inédito! Sem contar a pipoca e o pinhão! E isso que junho ainda nem chegou!

Acho que preciso voltar a fazer terapia, também para descobrir por que encontro tanto aconchego num pedaço de bolo com café... E por mais que eu troque o pão pela tapioca, o queijo e a goiabada ainda continuam sendo a dupla perfeita, o que, com certeza, não vem a me ajudar muito.

Mas voltando ao dia de hoje, que está LINDO!!!!

Depois de vários dias onde os casacos e cachecóis foram convidados a sair, parece que o famoso veranico de maio chegou e a cor sai da gaveta e se transforma numa linda jaqueta vermelha que implora pra passear.

Adoro dias nublados, mas não tem como negar que quando o solzinho resolve levantar com a gente às 7 da manhã, pintando o céu de azul, o ânimo é outro.

Vim caminhando e olhando pro alto, me encantando com os riscos brancos feito caminhos de fumaça. Quando eu era criança diziam que era supersônico no céu que ensaiava esses rabiscos, feito um desenho que não saía do papel, digo, das nuvens.

E por um momento tive vontade de viajar e virar turista em lugares desconhecidos que enchem os olhos e encantam a alma.

Coisa mais boa do mundo levantar cedo, tomar um belo e rico café da manhã e sair meio sem rumo, maravilhado com cada nova paisagem encontrada no caminho, onde pegar ônibus ou metrô torna-se pura diversão.

Fotografar, comentar, elogiar ou criticar. Parar para um lanche, tomar um café, pensar na gula de uma sobremesa se oferecendo na vitrine, não resistir ao cheirinho de pipoca ou amendoim doce no ar.

Caminhar, cansar, sentar, respirar novos e belos ares.

Diminuir o passo. Respirar fundo e se dar ao direito de sentar num banco de praça, apenas observando o cidadão engravatado que segue apressado, a mocinha que leva o cachorrinho pra dar uma volta, o estudante que carrega a mochila pesada de saberes ou a senhorinha com sua bengala a recusar a idade em busca de um pouco de sol. 

Fico a me perguntar por que não ousamos ser turistas dentro da nossa própria cidade. Parece que quando moramos em determinado lugar, simplesmente deixamos de apreciar as pequenas coisas que enfeitam o caminho e os olhos se fecham para a beleza.

Ainda outro dia, motivada por um livro que estou lendo, pensei na possibilidade de simplesmente pegar um ônibus qualquer, que fosse para um bairro qualquer, em busca de algo qualquer que pudesse preencher essa coisa qualquer que é sair do caminho da roça e fazer todo dia a mesma coisa. Automatismo total!

Quem sabe assim, eu pudesse matar as saudades e não precisasse levar meu coração para bater mais forte em outros lugares... que ele se encantasse com a minha rua, se emocionasse com o meu quintal, e encantado, encontrasse o aconchego que eu encontro na rede (azul) lá de casa.

Azul, rosa, azul, rosa, azul, rosa, azul, rosa... AZUL!!! ♥ 


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