segunda-feira, 14 de abril de 2014

Estiagem Poética

Depois de quase um ano de "seca" nada melhor do que o texto abaixo para brindar meu retorno...





Ela chega sem avisar, sem bater à porta, sem telefonar....

De mansinho vai se achegando, procurando colo e se esparramando, feito gato manhoso, de preferência num espaço amplo e vazio.

Às vezes longínqua, inatingível e quase inexistente, de repente se faz presente e nos encanta...

Nos encanta, canta,  dança, rodopia, num contorno sem igual e num movimento de tirar o fôlego...

E assim como emociona, também constrange, debate, incomoda ou simplesmente vira encantamento diante de olhos arregalados, nó na garganta e aperto no peito.

Antes a angústia de não conseguir alcançá-la e depois o deleite da surpresa que se deita sobre o papel em posições diferentes , mas cujo prazer é reescrito de forma igual.

Vivemos de palavras!

Curtas, longas, seja lá a sua forma, o importante é que venha com emoção, mas hoje ela não veio.



Depois de uma grande e produtiva colheita, a semente secou, a garganta gritou, mas a folha de papel permaneceu vazia...  estiagem poética!

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