AVENTURA EM SÃO PAULO

Sábado, 5:20 da manhã, e lá estava a moça, sozinha em pleno Terminal Rodoviário do Tietê, tentando disfarçar o fato de ser uma curitibana perdida em São Paulo, após longas 7 horas dentro de um ônibus.

Foi a última pessoa a deixar o veículo, e o motorista precisou ter paciência com uma mãe que não sabia como retirar a filha de 3 anos da poltrona, sem acordá-la.

Diante de tantos olhares que observavam todo e qualquer passageiro que chegava, resolveu correr e se juntar a uma garota que também tinha vindo no mesmo ônibus que ela, e como anjos da guarda acordam cedo, a moça era paulista, conhecia todo o terminal e deu todas as dicas no sentido de comprar o bilhete para o metrô, etc.

Mais tranquila, a moça se sentindo mais no controle da situação se deu ao luxo de adentrar a uma revistaria/livraria, onde permaneceu por longos 15 minutos.

Compulsões à parte, não poderia sair do recinto com as mãos vazias e comprou um exemplar da revista SELEÇÕES, cuja capa chamava a atenção para uma matéria sobre redução de gordura.

O tempo foi passando, a fila da bilheteria aumentando, e resolveu enfrentá-la com unhas e dentes... foram quase 20 minutos para conseguir comprar o tão valioso bilhete que a levaria até a estação Santa Cruz...

METRÔ!  Como ela gosta de metrô! Claro que não nos horários de pico, mas remetem a mocinha a Londres com uma facilidade que ninguém acreditaria....

E lá se foram mais 20 minutinhos! Como é bom ter tempo suficiente e não se preocupar muito com o relógio... e durante a viagem, a revistinha Seleções aproveitou para ser folheada e... surpresa!!! Valeu a pena a compra quase que impulsiva.... havia uma matéria sobre um "reality show" para escritores ou aspirantes a este sonho... Muito contente, a moça prometeu ler o regulamento e participar!

Ainda estava escuro quando deixou a estação Sta.Cruz em busca de um táxi que a levasse ao hotel, na Vila Clementina, próximo à Vila Mariana.

Depois de uma noite mal dormida, a mocinha se achou digna de um café bem sortido, onde por meros R$24,20, a pessoa come à vontade... pena que a mocinha estava de dieta, mas escolheu queijo branco, café sem açúcar, e até o mamão papaia e o melão estavam ótimos!

Terminado o banquete, dirigiu-se à sala onde ia se realizar o curso, e após um breve "autógrafo", ficou a esperar seus colegas participantes.

Quase meia hora depois, a sala continuava vazia, e conseguiram totalizar apenas 7 corajosos participantes - 3 de Sete Lagoas/MG, 3 de São Paulo e a mocinha curitibana.

O curso de desenvolveu bastante cansativo e monótono, mas o COFFEE BREAK foi caprichado - serviram uma espécie de empanada indiana - MARAVILHOSA - e um strudel de maçã igualmente delicioso... conclusão: deu meio-dia e quem disse que a mocinha tinha fome?

Então pensou: Almoço aqui no hotel mesmo e tiro um cochilo... péssima idéia!

O prato mais barato era em torno de R$40,00, o que a fez escolher um suco de melancia e uma salada caprese - alface, rúcula, tomate seco e mussarela de búfala! Eta saladinha cara!!!... mas estava uma delícia e foi suficiente... pena que o cochilo não aconteceu e logo já estava na hora de retomar o curso.... e apesar do almoço leve, o sono veio pra ficar...

Conclusão: O café das 16h foi super bem-vindo! Mas, decepção à parte, a famosa empanada internacional e o strudel, igualmente "estrangeiro", não aparecerem e deram lugar apenas a uns biscoitinhos de maisena, bem nacionais....

O bate-papo todo terminou por volta das 17h e a mocinha ainda conseguiu uma carona até o Shopping Santa Cruz, onde marcou um lanche com uma ex-colega da Renault, que há alguns anos trabalha na Peugeot Citroen, em SP.

O lanche aconteceu na Doceria Holandesa e por R$9,00 a mocinha "jantou" - se achando super-econômica, mas para viajar a noite inteira preferiu manter o estômago mais leve....

De volta ao Tietê, mais familiarizada e já "quase" paulista, tranquila, aguardou por mais de uma hora o horário do buzão e mais uma vez entrou numa revistaria, agora outra, e comprou dois livrinhos em promoção: um sobre Londres e outro de espanhol.

A noite no buzão foi terrível, mas o horário de verão ainda a presenteou com uma horinha a mais de descanso, em casa, e após chegar às 4 e meia da manhã, tomou um banho e desmaiou, com o sentimento de dever cumprido.