Feito cebolas,
vamos deixando aos poucos
a pele árida e seca.
Cortadas, deixamos livres
as feridas que ardem
deixando à mostra camadas
nuas e cruas.
A dor se recolhe e o
coração serena, extasiados pelo
calor da chama que aquece e
da angústia esquece.
Feito cebola caramelada,
deixamos de lado o ardido
que deságua em lágrimas
incompreendidas.
Um alento é encontrado.
Uma partilha é feita.
Uma lágrima encontra a outra.
Um coração se enrosca no outro.
Um aconchego é buscado num
quente abraço que aproxima,
num laço que afrouxa, mas
que continua apertado.
Empoeirados paradigmas
são quebrados e
um novo e colorido mosaico começa
a se formar.
Aos poucos é
revelado um adocicado
escondido,
que encanta, surpreende,
colhe, escolhe e acolhe.
E a união de almas está selada.
(inspirado na amiga Sylvia)
Lindo poema.
ResponderExcluir