quinta-feira, 31 de março de 2011

DIA LONDRINO

E não é que hoje o dia nasceu “londrino” novamente?

O cinza do céu é londrino....O vento que sopra é londrino...

E nada mais londrino que essa garoa fina que incomoda a tantos...Não sei se é a “folga” em plena terça-feira,
mas a sensação também é muito londrina....


Não fosse o fato de nossos ônibus serem térreos,
até esse imenso meio de transporte, pareceria londrino,
com a diferença de que temos o privilégio de tê-los em diversas cores...
... aliás, até essa avenida, onde me encontro, parece londrina...

É incrível, como incorporo o ditado que diz que “RECORDAR É VIVER”, e cada vez que tenho essas sensações, é como se eu me transportasse parauma Oxford Street, uma Regent Street ou uma Totttenham Court Road...E a igrejinha então? Antiqüíssima e M A R A V I L H O SA ...Decorada do piso ao teto, traz um conforto indescritível, mas MUITO especial, semelhante ao que eu sentia em algumas churches de Londres,
onde eu entrava, entre uma faxina e outra.... e apesar de só conhecer a Capela Sistina através de livros e slides,  esse pequeno tesouro tão perto da minha casa, não deixa nem um pouco a desejar... Michelangelo que me desculpe....




TRAFALGAR SQUARE


WESTMINSTER ABBEY


HYDE PARK

A MENINA DO NARIZ DE BOTÃO

mês de março estava chegando, e com ele, se aproximava o pior dia do ano para Mirella: o primeiro dia de aula.

Mirella já tinha superado com êxito grande parte de sua vida escolar, e após concluir o jardim I, II e II, tirou de letra o prezinho e agora já se sentia quase adulta: estava começando a primeira série de um ensino “de verdade”, como dizia ela.

Mirella era uma menina simpática, agitada e tagarela e isso fazia com que ela vivesse rodeada de amiguinhos, mas antes de firmar esse pacto de amizade, vinha sempre o mesma dilema: explicar a origem do seu nariz de botão.

Adepta dos cabelos ruivos por nascença, e de algumas sardas que ela já começava a ignorar, Mirella não tirava dos pés uma botinha preta feito coturno de exército, e também não dava descanso pra uma saia de pregas, estilo escocesa, que ela ganhou de sua madrinha e que ela AMAVA... se sentia super bem naquele modelito, apesar dos seus modestos 7 aninhos de idade.

Costumava, ainda, transformar sua linda e comprida madeixa, numa longa trança ou em duas charmosas maria-chiquinhas, que a tornavam ainda mais cheia de graça.

Mas todo esse visual só era possível nos finais de semana, feriados ou nas férias, pois principalmente a partir de agora, ela tinha que se adaptar ao uniforme do colégio.

Mirella simplesmente adorava o seu visual, que fazia dela alguém de personalidade, apesar da pouca idade, mas ela ainda não se sentia totalmente realizada....sonhava com um piercing no nariz, mas imagine se seus pais iam permitir uma aberração dessas.... para eles, esse tipo de coisa era pra roqueiro e desocupado, e depois, ela só tinha 7 anos......

Complicado ter 7 anos... ela queria logo chegar nos 17, e aí sim só faltaria um ano pra ela ser totalmente responsável pelos seus atos.

Dona Mariana, mãe de Mirella era costureira, e trabalha em casa mesmo, num quartinho que Seu Paulo fez questão de mandar construir no terreno dos fundos, resultado de suas economias de muitas horas extras no banco ao qual já se dedicava há 10 anos.

Muito arteira e curiosa, Mirella vivia em volta da mãe, sempre interessada em coisas diferentes que Dona Mariana pudesse se aventurar a fazer, mas nada mudava e Mirella já estava cansada de ver sua mãe apenas usando botões para fechar blusas, vestidos e camisas, e um certo dia passou observar melhor aquele caixinha de papelão que trazia os mais diversos tipos de botões , nos mais variados tamanhos e cores.

Redondos, quadrados, pequenos, grandes, azuis, verdes e até alaranjados... que lindos! Havia, ainda, alguns em forma de bolinhas bem pequenas, alguns que pareciam pérolas e outras até de cor prata, que a fez lembrar imediatamente do seu sonhado piercing....

Fechou então os olhos, fez uma careta e em poucos minutos estava sonhando acordada, imaginando-se com sua botinha preta, sua saia escocesa, suas maria-chiquinhas, e aquele belo e improvisado botão prata como um piercing no seu nariz.....

Ficou ali, se imaginando assim durante um tempo, e a força do pensamento e do desejo foram tão fortes, que quando voltou à realidade, sentiu-se diferente....

Levantou-se bruscamente do chão onde estava sentada e foi se olhar no espelho e... SURPRESA !!!!! Aquele botãozinho prateado tinha como que saltado da caixa e se instalado no seu nariz, como se fosse um piercing...

Mirella estava ENCANTADA, mas também bastante preocupada...

Como ela iria explicar tudo isso para sua família?

Ninguém ia acreditar nela e todos iam pensar que ela havia desobedecido a ordem de seus pais... isso nunca!!!! Mirella podia ser um pouquinho rebelde, mas respeitava os pais como ninguém.

Foi quando sua mãe, terminando de casear mais uma camisa, voltou os olhos para sua filha e quase caiu pra trás ...

- O que foi isso Mirella? Como esse botão foi parar no seu nariz? O que vamos dizer para o seu pai?

- Mas mãe, eu não tive culpa - disse Mirella tentando se justificar - eu apenas fechei os olhos e imaginei que tal botãozinho pudesse substituir o meu sonhado piercing, e quando voltei a mim, e me olhei no espelho, lá estava ele.... mas ficou lindo, não ficou?

E sua mãe, vendo a felicidade de Mirella, resolveu deixar o sermão para uma outra hora, e acreditou na estória da filha. Tudo bem, disse ela. Creio que sei como convencer seu pai a compreender essa situação... Afinal de contas, antes um botão no nariz, que um zíper na boca... vai que o zíper emperra e você não pode mais contar suas lindas e criativas estórias?


Pinguinho e Rayto


arco-íris - Skeith

O calendário marcava o mês de setembro, mês das flores e das cores.
São Pedro estava generoso e resolveu abrir a maior das torneiras lá do céu para acabar com a seca que tomava conta de muitos corações.

Chovia muito!

Chovia de manhã, chovia de tarde, chovia de noite e Pinguinho já estava exausto de tanto pingar no telhado.

Pingava, pingava e pingava e o sono dos pequeninos e também de alguns maiorzinhos era embalado por essa sinfonia que harmonizava ainda mais os lindos e coloridos sonhos.

De repente, Pinguinho se indignou, e por pouco não acorda todos que naquela madrugada dormiam, como que num doce balanço....
Puxa vida, pensou ele, e quase tropeçou numa telha quebrada....

São Pedro realmente caprichou dessa vez, e o pior é esse friozinho que vem chegando de mansinho e quase congela até pensamento... Que saudade da calorosa amizade do Rayto... onde estará ele?

Muito longe dali, fazia um calor infernal, daquele que fritar os miolos, e Rayto, um lindo e pequenino raio de sol, também reclamava do trabalho árduo que estava lhe rendendo gotas e mais gotas de suor à sua dourada face.

O sol ardente aquecia corações, corpos e mentes e Rayto já trabalhava há várias estações sem uma folga sequer... estava realmente à beira de um stress... e de repente lhe veio à mente a doce lembrança de um querido amigo que não via há bastante tempo... Como estaria Pinguinho?

Será que o céu permanecia nublado, entre nuvens, ou será que sua família de trovões e relâmpagos também trabalhava arduamente, fazendo horas e mais horas extras por dia?

De repente, ouviu-se um BOOM !!!

Num piscar de olhos, os pensamentos de Pinguinho e Rayto entraram em
sintonia, e como num passe de mágica, ambos começaram a sentir algumas sensações esquisitas....

- Nossa! Que dor de cabeça, dizia Pinguinho. Será que peguei um resfriado, com tanta chuva?

- Ai!!! Minha cabeça dói, reclamava Rayto. Acho que peguei uma insolação....

E uma grande saudade envolveu o coração dos dois.
Pinguinho pensava no amigo Rayto, e Rayto sentia falta do amigo Pinguinho...


E se as nuvens voltassem a ficar alegres e parassem de chorar um pouco?
Assim Pinguinho poderia tirar uns dias de folga...
Boa idéia, pensou Rayto. Vou pedir ao meu tio que diminua a intensidade da chama solar girando o botão do calor para o médio e depois para o baixo, assim poderei pegar uns dias de férias...


E assim aconteceu, e mais uma vez os dois amigos tiveram a forte sensação de que estavam prestes a se reencontrar.Do lado de Pinguinho o tempo foi melhorando, o céu foi se abrindo, e São Pedro escalou o anjo do dia para abusar da tinta azul e aos poucos o céu, antes escuro e cinzento, foi tomando uma cor de anil, e em pouco tempo estava lindo!


Rayto, por sua vez foi chegando de mansinho, sem grande esforço, e aos poucos foi dando o ar de sua graça.Os dois amiguinhos enfim se reencontraram e na hora daquele abraço tão esperado, mais uma surpresa: o amigo arco-íris veio saudá-los, celebrando a amizade da amiga chuva com o amigo sol e fazendo um brinde às cores e a vida!


 

O BAÚ MÁGICO


No meio de um grande bosque, numa casinha branca, humilde, mas aconchegante, morava uma linda e serelepe boneca de pano chamadaVerônica, que adorava dar vida aos objetos inanimados.
Seu quarto era povoado de coisas e coisinhas, e num cantinho especial ela mantinha uma grande caixa de brinquedos que chamava de baú mágico, que a transportava a um mundo cheio de emoção, mistério, surpresas e fantasias.

Ali guardava objetos que ela ganhava, comprava ou achava, e havia ainda, aqueles que como ímãs eram misteriosamente atraídos para dentro da caixa, e dessa forma ela nunca sabia o que iria encontrar , o que aumentava ainda mais a sua ansiedade.

Um certo dia, Verônica recebeu a visita de sua prima Sabina, uma linda e doce fadinha, que adorava colaborar com as estórias que eram vividas pelos os personagens do baú mágico, quase sempre com a ajuda de sua varinha de condão.

Quando escurecia, e todos se recolhiam para mais uma noite de sono e de sonhos, Verônica e Sabina não escondiam a ansiedade que se aproximava, junto com a curiosidade de conhecer os novos amiguinhos, e quando o silêncio da floresta era quebrado apenas pelo “cri cri” dos grilos falantes, elas mergulhavam em mais uma aventura.

Ao abrir vagarosamente o baú, foram logo recepcionadas pelo olhar observador de uma coruja lilás, que de tão pequena, cabia na palma da mão.
- Nossa, que surpresa boa! Será que Joana, a coruja filósofa veio nos visitar? Perguntou Verônica.

- Joana? Não!!! Sou sua prima, e como ela, amo os livros, mas ao invés de filosofia, sou professora de literatura, e amo poesia. Em homenagem à minha cor, me chamo Violeta.
Professora de profissão e poetisa de coração...

- Que interessante! exclamou Sabina. Então a Joana tem uma prima colorida, que fala quando rima ...

- Isso é o máximo, indagou Verônica, que adorava declamar seus poemas de escola.
E por aí seguiram, ora conversando, ora filosofando, ora declamando, e sentiram que tinham muito a aprender com a professora Violeta.

Enquanto isso, perceberam que alguém se mexia dentro do baú, e pchiiiiiiiiiiiiii... silêncio! Não queremos assustar nosso novo personagem, disse baixinho Verônica...
- O quê? Um pêndulo de madeira? Gritou Verônica. Que legal! Adoro essas coisas místicas e alternativas....

- Como vai Seu Pêndulo, tudo bem como o senhor? arriscou Sabina.

- Olá meninas! Salve, salve! Bom falar com alguém e deixe-me espreguiçar um pouco pois lá dentro estava pra lá de apertado... Já não agüentava mais ficar sendo amassado e quase sem ar nessa caixa, no meio de tanta bagunça...
Bagunça? Credo Seu Pêndulo, eu imaginava o senhor um pouco mais zen... Quanto stress para alguém ligado à harmonização dos chackras, não? Afinal de contas não é essa a sua profissão?

- E r a , milha filha, era..... isso muito antes de uma bruxa malvada e invejosa me lançar uma maldição e eu perder os meus poderes, além de ter ficado rabugento, como vocês puderam perceber...

- Nossa, que catástrofe! Manifestou-se Verônica... mas será que haveria algo que pudéssemos fazer para ajudar?

- Não seja boba, menina! Você não passa de uma boneca de pano... Mas espera aí... a sua amiguinha parece uma...

- F-A-D-A ! Isso mesmo, Seu Pêndulo, minha prima Sabina é uma fadinha muito especial e quando achamos que vale a pena, a sua varinha de condão entra em ação, fazendo verdadeiros milagres...

- Poxa vida! Que legal! Desculpem o mau-humor meninas, mas acreditem, esse não é o meu verdadeiro eu.... Eu costumava ser um pêndulo tão leve espiritualmente, tão puro e tão harmonioso, que só pensava em fazer o bem para as pessoas, equilibrando os seus chackras e fazendo delas seres humanos muito mais felizes... vocês acreditam em mim, não acreditam?
E Verônica olhou para Sabina, que trocou olhares com Verônica, e numa única voz, gritaram:
- Acreditamos !!! E Vamos devolver a você os teus benéficos poderes, ok?

- Agora, feche os olhos, relaxe e se concentre, disse a fada Sabina.

“ Pirlimpimpim
Varinha de Condão
Devolve a nosso amigo
Seus poderes de montão
Pra que ele possa novamente
harmonizar de coração!
TUFFFF !!!
E o Seu Pêndulo foi ficando tonto, tonto, e de repente, como que de um despertar profundo, acordava outro pêndulo, e agradecido, desapareceu floresta adentro, em busca de alguém que precisasse de sua ajuda.

Despedidas terminadas, voltaram-se novamente ao baú, e ao mexer e remexer nos vários objetos que lá dentro se encontravam, perceberam que lá no fundo, havia como que uma luz vindo de uma estrela prata, que apesar do brilho, transmitia muita tristeza no olhar.
- Boa noite Dona Estrela, disse Verônica meio preocupada em estar incomodando a triste estrela.
- Boa noite, disse ela baixinho, ainda meio tímida.
- Não tenha medo, foi logo dizendo Sabina. Estamos aqui para ouvir a sua estória, e para ajudá-la, se assim minha varinha permitir.
- Varinha de condão? Daquelas que tem poder de realizar nossos desejos? E seus olhinhos foram tendo outro brilho....
- Isso mesmo! Será que vamos poder te ajudar de alguma maneira?
- Espero que sim, disse a estrelinha. Estou assim, triste e deprimida desde aquela noite de lua cheia em que eu estava brincando com minhas irmãs, e de repente veio o Cruzeiro do Sul, aquela estrela gigante que de vez em quando tem uma queda pela Terra e me arrastou com ele.... ele pensou que era a sua sobrinha, a Estrela Azul, Blue Star em inglês.... Quando soube do engano já era tarde demais e não pôde fazer uma viagem de volta. Desde então eu peço à Lua que me mande um socorro para que eu possa voltar pra minha família... Será que essa ajuda chegou? Será que voltarei a brilhar no negro do céu juntamente com minhas irmãs e amiguinhas?
- Se é isso que te faz feliz, Estrela Maria, é isso o que você vai ter. Ainda nessa noite você estará brilhando no seu planeta, ao lado daqueles que você ama...
 

E assim se fez. A varinha de condão de Sabina mais uma vez entrou em ação, e novamente realizou mais um sonho adormecido.
“Pirlimpimpim,
Varinha de condão
Ajuda nossa amiguinha
A ter de novo brilho no olhar
Leva nossa estrelinha
Pro aconchego do seu lar.
TUFFF !!! “

E lá se foi, alegre e contente a nossa estrelinha brilhante...

O relógio avançava, e com ele o sono de Verônica e Sabina e dentre bocejos e mais bocejos, despediram-se da coruja Violeta, que voltou para a caixa de brinquedos, dizendo que tinha muitos ainda a alfabetizar com sua poesia, pensaram carinhosamente no Seu Pêndulo, que longe dali já estava.

Antes de se recolherem, ergueram os olhos para o céu, que estava mais negro do que nunca, e no meio de tantas luzes e brilhos, um deles se destacava, era a Estrela Maria acenando feliz da vida, ao lado de suas irmãs... e com essas imagens nos pensamentos, Verônica e sua prima fadinha adormeceram, já sonhando com as estórias que ainda estavam por vir... no dia seguinte teria mais.

MEIAS BRANCAS




"Chove lá fora e aquiiiiiiiii, faz tanto frio....

Adoro andar na chuva, mas não é nada agradável quando as meias mudam de cor... isso mesmo!

Minhas meias brancas provavelmente tiveram a cor alterada, afinal de contas foram algumas quadras a pé, e desde ontem São Pedro tem sido bastante generoso, meus pés estão encharcados...

... como diz o famoso ditado em inglês “it’s raining dogs and cats”...

Falando em meias, as brancas nunca foram as minhas preferidas, talvez por lembrarem meias colegiais, apesar que eu não lembro de reclamar muito da saia azul com pregas... além disso, experimentei também o uso das meias pretas, com aquele sapatinho preto abotoado, que acompanhava uma terrível e odiada calça de tergal verde folha...

Atualmente, as meias brancas me parecem simpáticas apenas nos jogos oficiais de vôlei... parecem que deixam o uniforme mais elaborado e sofisticado, fora isso prefiro as COLORIDAS... listradas, floridas, de bolinhas, de bichinhos, quanto mais cor e criatividade, ,mais caem na minha simpatia e admiração.

Outro dia ouvi dizer que atualmente há até uma com dedinhos, especial para ser usada com sandálias hawaianas .. é a tecnologia meística tomando conta do mercado do pé....

Voltando às cores do arco-íris no universo das minhas meias, tenho várias, inclusive, algumas até com descendência internacional.

Depois de alguns anos na Inglaterra, malas prontas e abarrotadas, e pouquíssimas libras esterlinas na carteira, fiz questão de atender a um último desejo em solo londrino: comprar duas meias-calças que há tempo eu namorava na vitrine de uma pequena loja nos arreadores de Porto Bello.

Num belo dia nublado, esse sonho de consumo se concretizou e voltei pra casa feliz da vida por ser proprietária de uma meia-calça preta, com lindos e maravilhosos girassóis amarelos, e outra, igualmente negra, com provocativas notas musicais em branco.

Ambas já deram o que falar e foram alvo até de comentários estrangeiros....

Um galanteador senhor argentino que trabalhava comigo, um dia indagou “essas meias me põe loco”.... e noutra ocasião um francês, em plena convenção internacional pelo meu departamento organizada, perguntou-me onde seria o concerto musical que ele queria comprar um ingresso.... e assim, minhas meias já foram internacionalmente admiradas... é a tal da globalização !...

Mas voltando às meias curtas, menos provocativas, mas nem por isso menos interessantes, outro dia ganhei um par delas, da cor da paixão, que me fizeram lembrar de uma pequena e sensível história que me contaram uma certa vez.

Diz o enredo que um certo menino era sempre visto usando meias vermelhas, e ao interrogar sua mãe sobre o porquê daquilo, ouviu que era pra ele ser mais facilmente encontrado, caso se perdesse dela, e ele nunca mais esqueceu disso.

Um belo dia, sua mãe, doente e desequilibrada, abandona a casa e os filhos e segue um destino desconhecido.

O tempo passa, e aquele menino, agora já um rapazinho, continua a usar meias vermelhas, e ao ser interrogado por um colega, sobre o porquê disso, ele diz que é para que sua mãe mais facilmente o localize, caso um dia ela volte e o procure...

Pra falar a verdade, nesse exato momento não faria nenhuma diferença a cor das meias, contanto que elas estivessem SECAS....

Num dia chuvoso como esse, nada como meias secas, pés aquecidos, aliás, melhor ainda, um bom e quentinho chinelo de pano, e por que não um pantufa com cara de bichinho?

Infantil? Talvez, mas nada como celebrar a criança que existe em cada um de nós ... todo dia, toda hora, como se tudo se resumisse numa linda e ensolarada tarde de domingo...

FUNCIONÁRIO-ORELHÃO




Funcionário-orelhão!

Foi esse termo que eu acabo de ouvir na Rádio CBN, ao me vestir, por volta das 7 horas da manhã...

Uma ouvinte escreveu ao colunista, dizendo que era bem quista pelos colegas de trabalho, muito elogiada pelos hierárquicos , mas já trabalhava naquela empresa há 3 anos e nada acontecia no sentido dela ser promovida ou convidada para fazer parte de um outro departamento mais interessante....aliás, achava que isso nem ia acontecer...

Na verdade, ela não passava de uma funcionária-orelhão....

Útil, barata, no lugar certo e na hora certa, você usa sempre que precisa, mas nunca passará a ser um telefônico fixo ou um celular com câmera digital... será sempre um orelhão.

E tem ainda o outro lado: geralmente encontra-se em pontos estratégicos, muitas vezes lugares desertos, ficando exposto a maus tratos e depredações....Se de repente pára de funcionar, perde a sua função e fica à mercê de um técnico que lhe devolva a vida....

Em suma, chega de sermos aquele funcionário que além de orelhão, é também bombril, mil e uma utilidades, que você usa, usa e joga fora, aliás, mais uma vez, bom e barato.

Voltando ao homem do rádio, aliás, “o cara” em matérias de gestão empresarial, disse à mocinha boazinha, querida de todos, que ela analisasse melhor a sua postura, pois esse perfil não era o mais adequado para enfrentar um meio corporativo.

Concluindo, arriscar e matar um leão por dia ainda é melhor que ficar na defensiva, torcendo por um resultado de 1 x 1, e esperar que o leão morra de velho.

E como é difícil ARRISCAR!

Creio que é porque com esse verbo, vem o adjetivo medo, receio. Medo de falhar, receio de se dar mal... mas espera aí!... mal já está e se não apostarmos numa outra alternativa, PIOR ainda ficará...continuaremos a alimentar a mediocridade de estar na lama, sem forças para levantar e ir em busca de um bom banho de confiança.

Temos consciência de nosso potencial, e é incrível como ainda preferimos nos esconder atrás do anonimato...

Claro!!!!... é mais fácil, mais cômodo, para que o stress?Mas a vida é curta, e olhar pra trás daqui alguns anos e nada ter pra enxergar e contar, é tudo o que não quero pra mim....

Graças a DEUS posso dizer que tenho sido a melhor das protagonistas para a minha história, e ainda não quero escrever o fim, pois ainda espero ter muita coisa a relatar....

Se esse final vai ser feliz ou não, ainda não posso dizer, mas no momento, tento me concentrar no processo, no aprendizado, nas entrelinhas, que muitas vezes nos dizem coisas que nem sempre estamos prontos e dispostos a ouvir.....

NOSTALGIA

Vocês estão lembrados que nosso SALVADOR (Daqui) até que estava apreciando o clima da Capital Ecológica?

Também pudera! Quem é que não gosta de um inverninho com sol e céu azul?

Mas de repente ele começou a perceber o quanto nosso clima é instável e começou a ficar arretado...

Saía pela manhã, de boina, e passava calor.

Saía à tarde sem levar o cachecol pra passear e voltava com o pescoço gelado e a garganta já pedindo por um chazinho de limão com mel... quanta chateação!

Nessas horas só vinham à sua cabeça lembranças do eterno sol da Bahia.... aquilo sim é que era clima bom!

Sol de manhã, sol de tarde e sol de noite....sim, pois as noites eram tão claras e iluminadas que com certeza as estrelas não conseguiriam tanta luz sem a ajuda do amigo sol....

Saudades do solo baiano, da areia baiana, do mar baiano e mais ainda, do povo baiano.

Povo alegre, sossegado e sonhador....

Vai chegando aí MEU REI, era o que mais se ouvia...

Aliás, a facilidade de uma boa prosa era tanta, que um certo dia Salvador parou um camarada na praia a fim de perguntar somente as horas, e quando percebeu, já fazia mais de trinta minutos que estava ali a falar de tudo um pouco, sob a sombra de um coqueiro e bebendo uma gelada água de coco.

Era disso que Salvador mais sentia falta...fazer amigos na reservada Curitiba não estava sendo fácil.

Se ele não conseguia sequer encontrar um parceiro de prosa, imagine quão longínqua estava a remota possibilidade de conquistar o coração de uma donzela curitibana.

E a televisão ainda insiste nessa história de alma gêmea, cara-metade, tampa pra panela, chinelo pro pé cansado....mas vai que é verdade e a falecida Neuza volta no corpinho esbelto de uma rara e simpática senhora da capital?

Saudades da Neuza também! Vendia acarajé na beira da praia, e morreu de congestão por causa de um vatapá invejoso, cuja barraca era ao lado da sua...

Coitada da Neuza, pensou... até que a gente fazia um par pra lá de interessante.... Já sei!!!.... e dando asas à sua imaginação, disse pra si mesmo...

- Vou aproveitar a Festa de São Francisco nesse fim de semana e vou procurar a dona da barraca do acarajé..... vai que a gente fica de prosa e eu convido ela pro forró da próxima semana.....

SALVADOR DALI E DAQUI

salvadordaqui@hotmail.com
RV - RESUMO DE VIDA
JOSEVALDO ANTÔNIO DA SILVA SOUZA
(mais conhecido como SALVADOR (“Dali” e daqui) )

Nascido em 16 de abril de 1962, no sertão paraibano, numa tarde de outono, porém, por desconhecer o exato horário de seu nascimento, desconhece também o seu ascendente (aliás, uma frustração que carrega por não poder fazer um preciso mapa astral). Teve seu lindo nome escolhido por um consenso de seus queridos pais: herdou o “Jose” da mãe Josefa e o “Valdo” do pai Ariosvaldo. O Antônio veio por conta de seu avô materno, na época já falecido, mas ganho por sua mãe num jogo de par ou ímpar com seu Sr. Ariosvaldo. Se o pai tivesse ganho, teria homenageado o seu avô paterno com APARECIDO.... Não desistindo da idéia, seu irmão mais novo foi agraciado com este outro lindo e expressivo nome, e vindo ao mundo teve na certidão de nascimento estampado JOÃO APARECIDO, que não fez muito jus ao nome e desde a década de oitenta ninguém sabe do seu paradeiro.... sumiu, desapareceu, escafedeu-se...
Cidadão do mundo, JOSEVALDO ANTÔNIO, já percorreu os quatro cantos desse Brasil varonil e até a Espanha já foi convidado a visitar, mas não teve coragem de encarar mais de 10 horas de vôo dentro de uma máquina grande daquelas, sem, segundo ele, “sustentação nenhuma”.... um avião.
Viajante por profissão e nômade por genética, deixou a Paraíba ainda menino, pra ser engraxate numa região mais promissora, e juntando trocado por trocado, chegou à Bahia já adolescente feito e ali se instalou por alguns bons anos.
Amante das artes, sem nunca ter terminado o antigo curso ginasial, sempre procurou ler muito sobre os pintores, em especial, e se encantou com o perfil do grande Salvador Dali. Onde quer que estava, na mochila já desgastada pelo tempo, sempre havia uma literatura sobre o ilustre artista espanhol.
Muito falante e simpático, logo conquistou o povo baiano que passou a chamá-lo de SALVADOR.... e igualmente inspirado pelos trabalhos do pintor que lhe originara o apelido, passou a ter tamanha vontade de se arriscar com um pincel em punho, mas não tinha capital pra investir numa carreira artística, aliás, nem pra comprar as caras tintas, pincel e tela...
Foi quando a sua grande popularidade falou mais alto, e o Sr.Antunes, dono de uma loja do ramo, comovido pelo desejo do praticamente amigo, resolveu lhe oferecer material para que ele iniciasse a sua arte.
Sem local para fazê-lo, por que não em plena praça pública? E foi assim que Salvador se manteve em solo baiano por quase duas décadas.
Mas os anos passaram e a rotina e o ritmo daquela gente logo cansaram nosso personagem, que resolveu radicalizar e decidiu se aventurar no sul do Brasil, e depois de passar por Santa Catarina e Rio Grande do Sul, optou pelo charme europeu da capital paranaense.
Chegando a Curitiba, em pleno outono, ainda encontrou um resquício de sol forte e céu azul, o que o deixou um pouco confuso sobre o típico friozinho da cidade, que tanto assusta muitos e desagrada a maioria.... mas aí, notou que tanto as manhãs como as noites curitibanas traziam consigo um frescor diferente daquele que estava acostumado, e por surpresa dele mesmo, acabou gostando...
Por conta do charme do clima da capital paranaense e inspirado por Dali, nosso SALVADOR (daqui) passou a adotar uma vestimenta que combinasse com esse arzinho europeu. Os cabelos longos e coloridos foram apenas ligeiramente aparados; manteve o cavanhaque (seu grande aliado com as mulheres), modificou o designer do bigode “a la Dali”, passou a usar uma boina chiquérrima (um verdadeiro ACHADO num brechó do Largo da Ordem) e adotou um chiquérrimo lenço de seda no pescoço, também da mesma grife.
... e desde então, nosso intelectual nordestino vem arrasando corações daqueles que amam as artes e recebem de braços abertos figuras que só vem contribuir com nossa paisagem artística e cultural.
P.S.: Ele ainda não desistiu de conhecer a Espanha e faz terapia pra perder o medo de avião....
Contatos e mensagens para nosso ASTRO podem ser enviados para:

(Boneco de papel machê criado por mim em 16/04/2005 e texto nascido no dia seguinte, aliás, num domingo nublado, 
que na verdade me insPIRA ).

PRIMAVERA o ano inteiro

Flor, cor, humor, sabor, amor, calor... são tantas as rimas e igualmente tantos os sentimentos que uma nova estação nos trazem...

Com a PRIMAVERA tudo muda, e no ar, o perfume das flores nos lembra que a vida é bela e colorida, basta que a pintemos assim....


Os parques, jardins, e mesmo aquele tímido vasinho no canto da sala, acordam, maravilhados com tanta beleza e adormecem gratos pelo privilégio de brilharem um pouco mais em uma determinada época do ano.

Apesar da precocidade, já paira no ar um mistério que anuncia que dentro em pouco teremos dias mais longos e estrelas sob o negro do céu por um período mais curto...


E a vida se renova!
E o velho dá lugar ao novo!



E o tom neutro e cinzento do outono se transforma no azul vibrante do
céu ou no cintilante amarelo do sol, todos a chorar de alegria na ânsia de um GRANDE arcoíris...

Enquanto isso, o homem dorme e sonha com o branco da paz...

Que ele possa acordar e ver concretizado no coração de cada ser humano, a solidariedade, a generosidade, a partilha, a doação e o amor ao próximo, feito a sintonia que envolve um jardim de pétalas, folhas e libélulas... e que diante de tudo isso possamos cultivar a esperança de uma primavera melhor, mais viva e mais colorida; de um outono menos cinzento; de um inverno com mais calor humano e um verão onde o SOL brilhe para TODOS !!!


FLOWERS

Tem gente que gosta de clicar pessoas...
Outros,  preferem registrar paisagens...
Eu amo fotografar FLORES... talvez para manter a casa sempre perfumada e colorida, independente da estação do ano ...









SAUDADE, sempre... Constante e pulsante!





... e assim como chocolate vicia, percebo que SAUDADE também...
Porém chocolate em excesso engorga e saudade em excesso apenas alimenta minha alma de lembranças, experiências de vida e sonhos vividos que hoje me fazem ser a pessoa sensível e sonhadora que sou....

Desejo realizado


"... como uma flor estira-se à luz do sol,
busco e me abro à luz divina
do meu puro bem."

P.S.: Si, querida, olha aí a florzinha que você me mandou...  :-))