domingo, 6 de setembro de 2020

Tarde de domingo



O dia está lindo! 

Sol de um setembro que anuncia mais uma Primavera.

O vizinho permanece em sua cadeira de balanço e entre um cochilo e outro, assiste um jogo de futebol virtual, solitário.  

Arquibancada vazia. São Paulo x Fluminense 

Na casa ao lado. Chuveiro ligado.

Toma banho. Sabonete de rosas. Presente da cunhada inglesa.

Se põe num vestido florido, na altura dos joelhos. Solta os cabelos, afinal de contas é domingo e eles já passam a semana inteira presos...

Passa um batom rosa clarinho e lembra de um lápis de olho azul, quase no fim, que ela adora!

Abre o portão, olha para os lados e sai.

A lixeira mais próxima está logo ali!  


Portas abertas




Quase em frente de casa tem um bar, disfarçado de "banca", e também quase ao lado, um outro, esse sem disfarces.

O primeiro abre cedo, mas ainda com as portas fechadas, sempre recebe a visita de um carro, que fica parado na esquina. Rua sem saída.

Às vezes, ao abrir minha janela do quarto, que dá de frente para uma avenida, repouso meus olhos nesse veículo e no seu motorista, o qual mal enxergo e me ponho a pensar no que leva um homem de meia idade a esperar ansiosamente a abertura de uma porta que o presenteará com um gole, que o preencherá de um vazio.

E o mesmo se repete todo dia, com exceção do domingo. Creio que ele sabe que nesse dia especificamente, o bar abre depois das nove... talvez porque no sábado ele encerra suas bebedeiras na madrugada dominical.

Já quanto ao movimento do bar ao lado, não posso dar muitos detalhes pois não estão ao alcance dos meus olhos, mas algumas notícias chegam aos meus ouvidos. O dono, um senhor de seus 70 e poucos anos, faleceu semanas atrás. Talvez tenha preferido manter-se "cara limpa" aos servir seus clientes, que como ele, não usavam máscaras ao desfrutar de mais um copo.

Quanta ironia do destino. Logo eu, que tenho aversão à bebida alcoólica desde sempre.

E o pessoal continua lá! Firme e forte, ou quase!!! 

As vozes se fazem altas e as risadas idem. 

Mas, e o que posso dizer eu de uma felicidade sem máscaras?  Sim, pois essa alegria se mantém atrás dos panos e só sai em cena motivada pelo vício, quando as cortinas se abrem.

Talvez isso tudo seja para eu exercitar minha compaixão, minha crítica e meu julgamento. Talvez para eu abrir as portas do meu coração diante de tanta impotência.

Cada um com suas escolhas e só cabe a mim respeitá-las.

Tim-Tim! Um brinde a mais um domingo de portas abertas!

P.S.: Apesar da minha aversão ao álcool, preciso admitir que algumas fachadas são fantásticas!!! E essa? Adivinhe se não fica em Londres... ♥ 

quarta-feira, 2 de setembro de 2020

F L O R



O calendário me diz que Setembro chegou!

Que com ele venha a esperança de que as flores ainda perfumem.

De que as cores ainda encantem.

De que os humores ainda mudem, se elevem e nos façam rir.

De que os sabores nos transportem para além do oceano.

De que os amores ainda se encontrem.

De que o calor aqueça e acolha quem realmente precisa.

De que a dor que veio, realize sua missão e vá embora.

Setembro chegou!

E com ele os jardins e os parques vibram e sorriem!

Será que a Prima Vera vem?


sexta-feira, 3 de julho de 2020

MULHER





Sublimou.
Amou.
Coração apertou.
Ressuscitou lágrimas,
se comoveu.
Emocionou!
Seu martírio transmutou.
Seu aprendizado compartilhou.
Seu sagrado aceitou.
Diante de seu sonho, se ajoelhou e
Anjo o concretizou.
Num lago sua poesia se refletiu.
Deslumbrou
e o rouxinol cantou.
Sorriu!
E o céu se abriu!

sábado, 16 de maio de 2020

Kafka e a boneca viajante


Imagem de Kafka e a boneca viajante

Tempos atrás ouvi de uma amiga essa história e fiquei encantada.
Aliás, cada vez que a releio, sinto que ela ainda me encanta.
Então, que esse encantamento continue aqui, bem guardadinho.

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Um ano antes de sua morte, Franz Kafka viveu uma experiência singular.

Passeando pelo parque de Steglitz, em Berlim, encontrou uma menina chorando porque havia perdido sua boneca.
Kafka ofereceu ajuda para encontrar a boneca e combinou um encontro com a menina no dia seguinte no mesmo lugar.


Não tendo encontrado a boneca, ele escreveu uma carta como se fosse a boneca e leu para a garotinha quando se encontraram. A carta dizia : “Por favor, não chore por mim, parti numa viagem para ver o mundo. ”.

Durante três semanas, Kafka entregou pontualmente à menina outras cartas , que narravam as peripécias da boneca em todos os cantos do mundo : Londres, Paris, Madagascar…

Tudo para que a menina esquecesse a grande tristeza!

Esta história foi contada para alguns jornais e inspirou um livro de Jordi Sierra i Fabra ( Kafka e a Boneca Viajante ) onde o escritor imagina como como teriam sido as conversas e o conteúdo das cartas de Kafka.

No fim, Kafka presenteou a menina com uma outra boneca.
Ela era obviamente diferente da boneca original.

Uma carta anexa explicava: “minhas viagens me transformaram…”.

Anos depois, a garota encontrou uma carta enfiada numa abertura escondida da querida boneca substituta.

O bilhete dizia:
“Tudo que você ama, você eventualmente perderá, mas, no fim, o amor retornará em uma forma diferente”.
Franz Kafka e a Boneca Viajante

sexta-feira, 15 de maio de 2020

Coração




 O que é felicidade verdadeira pra você, perguntou a professora? Escolha uma foto ou uma imagem que a represente. 

Essa era a tarefa de casa do fim de semana.

A menina, animada, nem acreditava que o sábado tinha chegado. Pegou ligeiramente sua câmera, foi lá pra fora e dos fundos de sua casa registrou uma imagem linda do céu azul, um pedaço da araucária e um cantinho da ameixeira.

Feliz com sua captura, tinha certeza de que a professora iria gostar.

A ansiosa segunda-feira chegou.

- Muito bonito, disse a professora. Dia ensolarado, céu azul... mas, e se estivesse nublado, ou mesmo chovendo, a tal "felicidade" projetada nessa foto seria a mesma?

E a menina se pôs a pensar.

Até que ela gostava de dias nublados e adorava a chuva. Podia ficar de pijama, ir para debaixo das cobertas ou para a frente da TV com uma bacia enorme de pipoca; mas nada como a alegria de um lindo dia de sol!

Então a professora explicou que a felicidade verdadeira não deveria estar condicionada a nada, nem a ninguém. 

Que ela estava dentro de nós. E que sempre que a levávamos para fora, ela se mascarava e não se revelava verdadeiramente.

A menina refletiu, se questionou e sua resposta a levou para dentro, do lado esquerdo do peito e rapidamente puxou uma imagem do Google. 

O céu continuava azul, mas o protagonista agora era outro.

Genuinamente...

O coração!


terça-feira, 12 de maio de 2020

Alegrias



Sempre fui muito perfeccionista.
Sempre procurei fazer as coisas o mais correto possível.
Fazer algo de qualquer jeito sempre me incomodou e me angustiou.
Mas aos poucos fui compreendendo que o perfeccionismo tem o seu lado bom e o seu lado ruim.
Hoje começo a entender que precisamos aceitar e amar a imperfeição, e
isso tem sido LIBERTADOR!!!
A perfeição não existe e ela não precisa e nem vai mais me assombrar e me limitar.
Aos poucos vou buscando espaço e tempo para me mostrar mais.
Andei muito escondida.
Talvez por vergonha, medo e insegurança de não atingir algo que hoje entendo,
não existe.
Vou encontrando a liberdade de me expor.
De mostrar meu traço torto. Meu lápis inadequado. Meu papel isso, minha fala aquilo.
Lembro de uma frase que um dia publiquei na rede social dizendo: quem foi que disse que uma flor não pode ser azul? 
Hoje entendo que ela pode. Se eu quiser! Se eu me permitir!
Começo a entender que uma obra de arte não ser precisa ser perfeita pra ser considerada como tal.
Começo a valorizar mais o que eu crio.
Porque é meu. Sou eu! 
E com isso me amo mais! 
Começo a despertar alegrias adormecidas.
Suspiro!
E sorrio! 

quinta-feira, 30 de abril de 2020

April




Anos 80 e um orgulho GRANDE dos meus 20 anos.

Eu trabalhava durante o dia, fazia faculdade à noite e nos sábados à tarde ainda tinha energia para as aulas de inglês nas Escolas Fisk da Rua Carlos de Carvalho.

Na minha turma, um rapaz alto e magro, com nome tão diferente que não consegui entender num primeiro momento, mas logo ficamos amigos.

Após o término da aula seguíamos juntos para o ponto de ônibus, mas não sem antes passar na pastelaria do japonês da Westphalen.

Ele fazia Biologia na PUC, tinha o sonho de ir para o Canadá, mas acabou indo parar em Portugal.

Vinha pra cá de vez em quando para visitar parentes e amigos e sempre passávamos bons momentos juntos. Às vezes até na virada do ano junto da família e daquela barulhada toda.

O tempo passou e nos encontramos em Londres, em 1996. Voltei pra casa depois de 3 anos por lá e ele permaneceu.

Nos descobrimos amantes das letras e das artes. Um dia ainda comentamos até sobre escrever um livro juntos. Eu crio, colo e invento e ele desenha e pinta muito bem.

Mora na Inglaterra até hoje. Tem seu emprego público, conseguiu comprar sua casa e continua viajando, mesmo que às vezes sozinho.

Em 2012 foi conosco pra Paris e até hoje fica impossível não rir com os perrengues franceses.

Quase não nos falamos, mas estamos sempre conectados.

E no início desse abril, a triste surpresa.

Foi internado. No alto dos seus quase 2 metros de altura, o Covid-19 o alcançou.

E nessa captura, continua no hospital já há quase um mês,  mas depois de 10 dias na UTI,  aos poucos vem reagindo positivamente.

E vem nos dando esperança. E vem nos reforçando a fé. E vem nos lembrando que somos muito pequenos diante de algo tão grande e devastador.

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Que susto, meu amigo!

Gostaria de dizer que sofremos com você todo esse mês de abril e nunca esqueceremos o quanto mentalizamos sua recuperação.

E as boas vibrações continuam!

Queremos celebrar essa vitória com você, em volta de uma mesa, com a janela bem aberta, deixando entrar todo o ar que precisamos para seguir junto daqueles que fazem parte da nossa história.

O cardápio pode ser aquele seu Bacalhau, um vinho bem especial e a sobremesa fica por minha conta.

Já estamos te esperando!

Aqui ou aí.

Só falta marcar a data.

Take care!

Love you! xxx

P.S.: Peguei emprestadas algumas ilustrações suas que encontrei no Facebook. Espero que não se importe. ♥ 






Um novo olhar






E abril termina recheado de incertezas 

e as perguntas continuam sem respostas.
E as portas seguem trancadas, 
os rostos cobertos e o toque suspenso.

Mas as janelas começaram a se abrir,
o sol foi convidado a entrar,
o sorriso aprendeu a dar bom dia,
e seguimos juntos, apesar de separados,
 longe, mas mais perto do que nunca.

Buscamos nos encontrar nos desencontros.
Procuramos fazer o que nunca foi feito.
Limpar o que nunca foi limpo,
lavando inclusive a alma.

Acabamos nos dando conta que não tínhamos tempo e agora que temos, não sabemos o que fazer com ele.

E de repente o povo se pôs a faxinar, a cozinhar, a estudar com os filhos, a ligar para os pais, a escrever, a desenhar, a pintar, a escrever, a dançar, a cantar, a brincar, a bordar, a meditar, a fazer ioga, a estudar mandarim, a fazer curso disso e daquilo.


Um novo normal que está matando lá fora, mas que está trazendo vida às nossas vidas, aqui dentro.

Dentro de cada lar cuja liberdade de ir e vir, ia e vinha, mas não tinha tempo para o outro. Seguia imersa numa corrida desenfreada que esquecida do presente, estava sempre pousada no futuro.   

Pois feito criança de castigo, fomos obrigados a nos refugiar dentro de nossas próprias casas e olhar, dia após dia para os nossos.

Olhar bem dentro do olho dos nossos conflitos e nossos fantasmas 
e sugerir um novo olhar.
  
Decidir se continuamos anestesiados ou acordamos para a vida e resolvemos olhar melhor para nossos alimentos, aqueles
que nutrem a alma.

Decidir se olhamos pra dentro de nós ou continuamos olhando somente para fora, com as  lentes embaçadas. 

Que depois de tudo isso, continuemos sorrindo com um olhar e abraçando com um sorriso.
Que nossos olhos alcancem o outro.
Que as mãos, agora livres, cuidem da Mãe Terra com o respeito e carinho que ela merece.

Que os abraços sejam mais valorizados do que nunca.
E mais apertados.
Num nó que não se desfaça tão cedo.
Vários nós!

Todos juntos e misturados.

domingo, 26 de abril de 2020

Inspirando, expirando, respirando





Dia especial por aqui.

Depois de uma noite escura e um parto sem dor,
deu-se a luz
e o dia nasceu azul,
e o sol brilhou,
e os olhos se fecharam.

E os pulmões
inspiraram 
e
expiraram. 

E a 
 cada respiração
penso naqueles
que anseiam por uma gota de ar
e doo um pouquinho de esperança.

Sigo bem, 
talvez numa felicidade egoísta,
mas no momento,
cuidar de mim mesma
é tudo o que posso e devo fazer.


Apesar da dor lá fora,
e de abrir a janela todo dia,
tenho voltado aqui pra dentro,
tentando colocar em ordem 
a mente e o coração.

Ando rindo à toa,
conversando com minhas plantinhas,
dançando pela casa,
cantarolando no jardim.

Sigo
grata por mais um dia,
feliz por estar conseguindo
levantar cedo, 
meditar, fazer ioga.
Ainda do meu jeitinho.
Ainda meio desajeitada.
Mas feliz.

Sigo
deixando os pensamentos 
irem e virem,
num balanço
que acalma,
equilibra,
energiza,
e faz o dia nascer 
ainda 
mais 
a z u l.  

segunda-feira, 23 de março de 2020

sábado, 14 de março de 2020

ARlindo


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Ter vizinhos é importante, mas nem sempre nos atentamos para isso. 

Se moramos em apartamentos, geralmente não sabemos nem o nome das pessoas que moram porta ao lado para pedirmos uma xícara de açúcar emprestado, e se moramos em casas, às vezes os próprios moradores não fazem questão nem de te acenar, desejando um "bom dia".

No meu caso, depois de uma experiência quase traumática, com uma senhora amarga e mau-humorada, que fechava a cortina na minha cara, muita coisa mudou, e pra melhor!

Há mais ou menos um ano e meio, um senhorzinho quase careca, mas com alguns fios de cabelo já brancos que denunciavam a idade avançada, mudou para a casa ao lado. 

Sozinho, bigode intacto e ouvido seletivo.

Fala mansa, quase tímida. Andar lento, meio curvado.

Sempre de bom-humor, gosta de música! MPB ou samba de raiz fazem parte do repertório e vive cantarolando.

Na falta de companhia, acompanha todos as notícias. Da TV e da rua. 

Sabe de tudo e como nas cidades pequenas, no final da tarde pega o seu banquinho e senta no portão para apreciar o movimento, que passa tão rápido quanto os carros que se amontoam por espaço.

No auge dos seus 83 aninhos, fuma desde os 12 e fazendo as contas, 71 anos de tabagismo às vezes tiram suas noites de sono.

Ontem, me serviu de exemplo. Antes do almoço, gritou, da janela da cozinha, que estávamos sem água, e seguiu assoviando. 

Já hoje, me deu um susto. Deixou o sol levantar antes dele. Demorou a abrir a janela e a ligar a TV, e por pelo duas horas fiquei observando, na ânsia de vê-lo com a cuia de chimarrão nas mãos e o sorriso nos lábios.

Depois fiquei sabendo o motivo da demora. Tosse! Mas não tem nada a ver com o Coronavírus. Tem a ver com pulmões que sufocam as histórias de uma vida inteira.

Toda terça-feira cozinha feijão. Não pode faltar. E numa tigelinha antiga, me passa um pouco por cima do muro.

Quando faço bolo ou sagu, aproveito a mesma tigela e a devolvo igualmente cheia de carinho.

Dias atrás, foi doce de abóbora, lindamente colocado num potinho, feito papinha de bebê.

Quando saio, aviso que volto logo. Quando viajo, ele já vai dizendo para eu não me preocupar, pois a espingarda ficará a postos...

Ar, lindo!

Esse faz jus ao nome!


quinta-feira, 12 de março de 2020

e L a






Já não consigo mais dizer quanto tempo faz.
Só sei que faz tempo!
Chegou de mansinho.
Ficou.
Foi embora.
Voltou, agora nem tão mansa assim.
E ficou.
Aumentou.
Diminuiu.
Gritou! Quase sumiu!
Às vezes me engana
dizendo que vai desaparecer
pra sempre, 
sumir, escafeder-se,
mas depois desmente.
Não confio mais nela.
Mas sei que 
tudo o que vem,
um dia vai e
daqui a pouco,
nem vou lembrar
que ela se instalou,
me assustou e me
acompanhou
por 
tanto
tempo.
O nome dela é D o r.


sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Nostalgia



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hoje me pus de baton vermelho
talvez influência do feriado de Carnaval,
festa-símbolo brasileira
mas que nunca me fez ir pra folia.
nem no clube,
nem na rua,
nem na tela da TV.
sempre preferi a batucada
feita pelo mar,
num cenário de céu azul
e areia fina.
no meio de tudo, uma água de coco,
quiçá
um pastel e uma água na boca.
pés descalços,
mãos vazias,
para o alto,
e muita gratidão!
que em breve tudo isso saia do papel
e pule, feito uma onda, para o meu dia
que hoje acordou cheio de saudade.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Palavras no ar






Já faz um tempo que as palavras ficam apenas na mente.
Não descem para o coração.
Não voam para o papel.

Inseguras,
não se jogam na tela do computador
com medo de se machucarem.

Algumas vezes devido alguma instabilidade.
Ventos ou chuvas fortes.
E ali ficam.
Suspensas. Incertas.
No

A
R

à espera de um voo mais certo e tranquilo.

Outras vezes, perdidas diante da calmaria
de uma viagem sem grandes aventuras,
se aninham dentro da gente
e ali moram,
esperando um convite
que as anime
a pularem
novamente
numa folha em branco,
numa folia de plumas e paetês,
fazendo a festa,
que há muito não acontece.

De repente,
nesse
Carnaval.

Palavras no
A
R
ou na avenida.