sábado, 8 de novembro de 2014

Cura




O dia nasce, 
mas não chora.

Brilha, 
iluminando o silêncio que impera, 
quebrado apenas pelo cantar de um pássaro matutino e feliz.

A paisagem paralisa!

O olhar vai longe até onde o coração alcança, e a gratidão
de um DEUS que realmente existe bate no peito.

A casa, perfumada pela granola que pula na frigideira,
acolhe, recolhe e chama para o café da manhã,
regado a histórias, trocas e compartilhar generoso.

O passeio pela horta encanta a menina da cidade, que em meio a cebolas, 
pimentões e tomates se acha em plena feira a céu aberto.

Um céu que se pinta de azul pra alegrar os olhos e o coração.

O limoeiro continua carregado, feito bolinhas de natal,
e as compotas se multiplicam.

As abóboras, aguardam a amiga cal pra se fazerem ainda mais apetitosas.

O pãozinho de cada dia, cresce à espera do forninho quente e acolhedor.

Lá fora, uma linda coral atleticana (ou flamenguista), passeia, elegante,
em seu banho de sol,
e o medo, que antes petrificava, busca a superação
de um entendimento maior.

A natureza se apresenta em forma de cura
e aos poucos, as feridas vão cicatrizando,
o coração serenando,
o sangue pulsando lentamente,
a pressão caindo,
os olhos fechando...

Continuo morrendo pra tudo que me faz mal,
renasço para a vida!