sábado, 16 de maio de 2020

Kafka e a boneca viajante


Imagem de Kafka e a boneca viajante

Tempos atrás ouvi de uma amiga essa história e fiquei encantada.
Aliás, cada vez que a releio, sinto que ela ainda me encanta.
Então, que esse encantamento continue aqui, bem guardadinho.

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Um ano antes de sua morte, Franz Kafka viveu uma experiência singular.

Passeando pelo parque de Steglitz, em Berlim, encontrou uma menina chorando porque havia perdido sua boneca.
Kafka ofereceu ajuda para encontrar a boneca e combinou um encontro com a menina no dia seguinte no mesmo lugar.


Não tendo encontrado a boneca, ele escreveu uma carta como se fosse a boneca e leu para a garotinha quando se encontraram. A carta dizia : “Por favor, não chore por mim, parti numa viagem para ver o mundo. ”.

Durante três semanas, Kafka entregou pontualmente à menina outras cartas , que narravam as peripécias da boneca em todos os cantos do mundo : Londres, Paris, Madagascar…

Tudo para que a menina esquecesse a grande tristeza!

Esta história foi contada para alguns jornais e inspirou um livro de Jordi Sierra i Fabra ( Kafka e a Boneca Viajante ) onde o escritor imagina como como teriam sido as conversas e o conteúdo das cartas de Kafka.

No fim, Kafka presenteou a menina com uma outra boneca.
Ela era obviamente diferente da boneca original.

Uma carta anexa explicava: “minhas viagens me transformaram…”.

Anos depois, a garota encontrou uma carta enfiada numa abertura escondida da querida boneca substituta.

O bilhete dizia:
“Tudo que você ama, você eventualmente perderá, mas, no fim, o amor retornará em uma forma diferente”.
Franz Kafka e a Boneca Viajante

sexta-feira, 15 de maio de 2020

Coração




 O que é felicidade verdadeira pra você, perguntou a professora? Escolha uma foto ou uma imagem que a represente. 

Essa era a tarefa de casa do fim de semana.

A menina, animada, nem acreditava que o sábado tinha chegado. Pegou ligeiramente sua câmera, foi lá pra fora e dos fundos de sua casa registrou uma imagem linda do céu azul, um pedaço da araucária e um cantinho da ameixeira.

Feliz com sua captura, tinha certeza de que a professora iria gostar.

A ansiosa segunda-feira chegou.

- Muito bonito, disse a professora. Dia ensolarado, céu azul... mas, e se estivesse nublado, ou mesmo chovendo, a tal "felicidade" projetada nessa foto seria a mesma?

E a menina se pôs a pensar.

Até que ela gostava de dias nublados e adorava a chuva. Podia ficar de pijama, ir para debaixo das cobertas ou para a frente da TV com uma bacia enorme de pipoca; mas nada como a alegria de um lindo dia de sol!

Então a professora explicou que a felicidade verdadeira não deveria estar condicionada a nada, nem a ninguém. 

Que ela estava dentro de nós. E que sempre que a levávamos para fora, ela se mascarava e não se revelava verdadeiramente.

A menina refletiu, se questionou e sua resposta a levou para dentro, do lado esquerdo do peito e rapidamente puxou uma imagem do Google. 

O céu continuava azul, mas o protagonista agora era outro.

Genuinamente...

O coração!


terça-feira, 12 de maio de 2020

Alegrias



Sempre fui muito perfeccionista.
Sempre procurei fazer as coisas o mais correto possível.
Fazer algo de qualquer jeito sempre me incomodou e me angustiou.
Mas aos poucos fui compreendendo que o perfeccionismo tem o seu lado bom e o seu lado ruim.
Hoje começo a entender que precisamos aceitar e amar a imperfeição, e
isso tem sido LIBERTADOR!!!
A perfeição não existe e ela não precisa e nem vai mais me assombrar e me limitar.
Aos poucos vou buscando espaço e tempo para me mostrar mais.
Andei muito escondida.
Talvez por vergonha, medo e insegurança de não atingir algo que hoje entendo,
não existe.
Vou encontrando a liberdade de me expor.
De mostrar meu traço torto. Meu lápis inadequado. Meu papel isso, minha fala aquilo.
Lembro de uma frase que um dia publiquei na rede social dizendo: quem foi que disse que uma flor não pode ser azul? 
Hoje entendo que ela pode. Se eu quiser! Se eu me permitir!
Começo a entender que uma obra de arte não ser precisa ser perfeita pra ser considerada como tal.
Começo a valorizar mais o que eu crio.
Porque é meu. Sou eu! 
E com isso me amo mais! 
Começo a despertar alegrias adormecidas.
Suspiro!
E sorrio!