quinta-feira, 7 de março de 2024

ferIDAS

 


Coração inquieto.

Me sinto como uma criança,

que desajeitada,

tenta se acomodar numa cadeira alta.

Os pés balançam.

Falta chão.

Em meio aos gritos que saltam pela janela,

desço da cadeira.

Me escondo em baixo da mesa.

Um avião voa tão rasante

que sinto o tilintar dos copos de vidro de requeijão

em cima.

A madrugada chega.

Tento descansar,

mas meus sonhos 

são sacudidos  por uma torneira aberta

que escancara uma ferida 

que imaginei fechada.

Lágrimas esquecidas.

Sorrisos guardados.

Dor que ainda pulsa e

uma criança interior machucada.


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