quinta-feira, 3 de agosto de 2023

reFLEXÕES




Percebo crescer em mim uma insatisfação pertinente aos artistas.
Precisam de público!
Arte é criada para ser vista, admirada ou mesmo ignorada, mas vista!
Música, dança, pintura, escultura, teatro, literatura, cinema.
Escritores escrevem para serem lidos!
Não sou nem escritora, nem artista e o que faço talvez não seja arte, mas tem me incomodado o fato dos meus textos não alcançarem as pessoas...
Blog já é algo obsoleto, assim como os e-mails e as chamadas telefônicas. 
As pessoas não param nem para ler nem mensagens de whatsApp com mais de três linhas, imagine textos que ultrapassam a fronteira das 15 linhas impostas por antigas redações.
Mas sigo escrevendo, aliás, tenho escrito quase que compulsivamente e às vezes percebo que a gaveta deste velho blog já se encontra abarrotada...parece que precisa alçar novos e altos voos...
Gostaria de contar com mais gente me lendo e entendo que o mundo está muito ocupado para tal privilégio, mas também sonho com mais pausas numa rede, num sofá ou no tapete da sala.
Gostaria de gente rindo, chorando, se emocionando diante de minhas narrativas, como aconteceu hoje pela manhã.
Recebi uma vídeo-chamada com voz embargada da Itália, dez segundos de duração, apenas para dizer o quanto um texto que escrevi sobre a minha mãe lhe havia tocado.
Ah! Quem dera que sempre fosse assim!
Seria o caso de começar a sussurrar meus textos nos ouvidos alheios?
Sim, pois nos dias de hoje, a escuta me parece mais disponível do que olhos para repousar nas palavras.
Contradições à vista!
Logo eu, que preciso de silêncio e solicitude para criar, escrever, pintar, rabiscar ou não fazer nada, estou aqui pedindo plateia e aplausos.
Gosto do silêncio que acolhe a minha companhia.
Às vezes, me basto!
Outras, nem tanto!
Contemplo, me encanto, admiro e me espanto!
Ou espanto! 

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